As emoções e a passagem do tempo têm uma relação forte, mas ainda misteriosa. Entretanto, a ciência já chegou a algumas conclusões que você verá neste artigo. Afinal, precisamos de algumas respostas, por exemplo, porque muitas vezes, parecemos ter vivido três meses em apenas três dias. Por exemplo, se você mudou de emprego há um ano, muitas vezes, você tem a sensação de que viveu cinco anos em um. 

Em contrapartida, enquanto você espera ser atendido em uma fila, é como se cada segundo passasse mais devagar. Assim, você tem a sensação de que as emoções e a passagem do tempo estão ligadas quando o tempo desacelera ou acelera em determinados momentos. De acordo com a ciência, os seres humanos têm noções muito divergentes sobre como o tempo passa. Desse modo, esse sentimento pode estar associado ao que nós experienciamos no momento em que parece que ele anda mais rápido ou mais devagar.

As emoções e a passagem do tempo

De acordo com uma pesquisa brasileira publicada internacionalmente, durante a quarentena que vivemos durante a pandemia, a ligação entre o tempo e nossas emoções ficou ainda mais notável. Segundo o relatório, pessoas ansiosas e depressivas sentem com mais frequência que o tempo passa mais lentamente. Em contrapartida, se você está mais agitado, tem a tendência de desejar que o dia contasse com mais horas porque as horas estão extremamente aceleradas. Segundo os cientistas isso acontece porque, em ambos casos, o nosso cérebro sofre um impacto. 

Uma pesquisa com resultado surpreendente 

De acordo com os cientistas, os participantes da pesquisa precisaram responder a perguntas durante pouco mais de três meses. Isso aconteceu para mostrar a relação entre as emoções e a passagem do tempo no começo do isolamento da pandemia, em 2020. Segundo o relatório, a maioria das pessoas afirmaram ter uma noção de que o tempo estaria muito mais lento.

Esse resultado comprova que a relação com as nossas emoções e a maneira como percebemos que o tempo passa. Afinal, na época, as pessoas sentiam tédio, estavam solitárias e até mesmo tristes e depressivas. Da mesma maneira, o resultado foi observado também em países da Europa. Nessas regiões as pessoas também sentiram que as horas passavam mais lentamente. 

Entretanto, nos países em que a pandemia ainda não se manifestava com tanta intensidade, 50% das pessoas sentiram que as horas estavam mais aceleradas. Assim, houve um equilíbrio. Nesse sentido, as emoções e a passagem do tempo mais lenta estão ligadas a sentimentos negativos. Por exemplo, pessoas depressivas, entediadas, estressadas, solitárias e tristes têm essa noção com mais facilidade.

A idade, as emoções e a passagem do tempo

Um fato curioso da pesquisa é a idade das pessoas que percebiam as horas passarem mais lentamente. De acordo com o relatório, elas têm idade inferior aos quarenta anos. Uma teoria é de que as pessoas dessa faixa etária estariam mais ativas e teriam mais contato social. Desse modo, quando foram isoladas, passaram a sentir emoções negativas com mais intensidade.

O resultado da pesquisa foi de que nessa fase de início da pandemia mostrou que as pessoas tiveram uma perspectiva alterada (mais lenta) sobre o passar das horas. Isso aconteceu pela associação do tempo com os sentimentos negativos. Do mesmo modo, a maioria das pessoas em que as emoções e a passagem do tempo levavam a uma aceleração, estava estressada. Seja com o trabalho ou com problemas familiares.

O tempo, as pessoas depressivas e a quarentena

Esses resultados geram uma reflexão sobre o estado da mente das pessoas depois desse período de quarentena. De acordo com dados de um relatório feito em todos os continentes americanos, 25 pessoas a cada 100 entrevistados estão depressivas e ansiosas. Esses dados mostram a gravidade dos índices globais.

Ademais, os resultados brasileiros mostram o número de pessoas que mudaram a sua rotina e até mesmo o impacto que houve no trabalho. Por exemplo, 37 pessoas a cada 100 participantes que precisaram se afastar do trabalho, o fizeram por motivos de sintomas depressivos.

Por fim, esses estudos mostram as sequelas que a Covid deixou para trás, principalmente no que se trata da nossa perspectiva sobre as emoções e a passagem do tempo. Além disso, é nítido que cada um de nós viveu momentos diferentes e que cada experiência deixou o tempo mais rápido ou mais devagar.

Mais teorias sobre as emoções e a passagem do tempo

De acordo com estudiosos americanos, uma outra teoria explica porque sentimos essa diferença no passar do tempo. Por exemplo, nós temos órgãos e sistemas que nos fazem perceber o mundo físico. Entretanto, não temos um órgão que nos mostre com clareza a maneira como o tempo passa. Sendo assim, o sistema nervoso tenta “adivinhar” de que forma o tempo passa (mais rápido ou mais devagar).

Por isso, acabamos expostos a uma série de percepções diferentes. Nesse sentido, pare agora e preste atenção nas horas. Então, veja como elas passam. Com a sua concentração nas horas, você verá que elas estão muito mais lentas. Em contrapartida, nos dias mais cheios, você sente que as horas voam. Da mesma maneira, isso acontece porque você não foca no passar das horas.

Quando você vive momentos bons, como viagens e passeios, a sensação também é a mesma. Essa teoria não nega a de que as emoções e a passagem do tempo têm uma relação. Afinal, as experiências que vivemos provocam em nós reações. Estas, por sua vez, estimulam os sentimentos. E assim, passamos a ter uma perspectiva diferente em relação à maneira como as horas passam. 

Por isso, também é comum que, em um único dia, o tempo passe por mudanças. Por exemplo, na parte da manhã, você sente que as horas estão lentas. Já à tarde elas passam aceleradas. Os dias parados também se relacionam com as nossas emoções e a passagem do tempo. Afinal, se nada acontece, tendemos a nos sentir entediados ou desanimados. Da mesma maneira, um dia cheio pode lhe dar a sensação de que você viveu uma semana em apenas 24 horas.