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Deepfake e sua relação com as eleições

A Tecnologia Deepfake nas eleições no Brasil são comuns e frequentes. As consequências catastróficas da circulação de vídeos falsos.

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Deepfake nas eleições
Deepfake nas eleições

Deepfake é a junção dos conceitos de “deep learning” (aprendizagem profunda em inglês) e “fake” (falso em inglês). É uma técnica de síntese de imagens ou sons humanos baseada em técnicas de inteligência artificial. A Deepfake nas eleições é usada para combinar falas com um vídeo já existente.

As fakenews em ano eleitoral no Brasil, infelizmente, são comuns e consideravelmente frequentes nas redes sociais. Podemos imaginar, então, as consequências catastróficas da circulação de vídeos imitando candidatos com falas falsas. Com diálogos que nunca existiram, falando coisas que os incriminem ou os prejudique nas eleições.

Essa é a preocupação dos especialistas em segurança da informação. Porém eles fazem uma observação, conforme relatado à CNN: a técnica de manipulação apresenta alto grau de complexidade, o que inibe a sua produção em massa, o que acarretaria ainda mais a desinformação no período eleitoral.

De acordo com a companhia ZeroFox responsável, por segurança da informação que atua na detecção de deepfakes; a propagação em massa é uma realidade mais hipotética do que real. A companhia ainda explica que não tem encontrado muitos vídeos de deepfake com distribuição massiva, exceto aqueles com cunho sexual (montagens que modificam o rosto de mulheres em atos sexuais no intuito de proteger sua identidade).

Nos Estados Unidos, por exemplo, não foram detectados muitos casos de deepfake. Os principais usos foram para alertar a população sobre a existência dessa tecnologia. Um exemplo foi o vídeo que fez Phil Ehr, candidato da Flórida, com o seu oponente dizendo frases falsas. Quer ver um vídeo de deepfake? Procure no Youtube ou no Tiktok o vídeo “The Chronicles of DeepTomCruise” e espante-se com a qualidade da falsidade.

Não é fácil e nem barato de se produzir diz Cristóbal Ross, fundador da Deepmaster. Segundo ele chega a ser menos caro do que produzir um filme comum, mas ainda assim é consideravelmente caro.  Mas, segundo Henry Adjer, da Metaphysic, ele diz que é possível produzir de forma mais barata, para isso bastaria diminuir a qualidade do vídeo.

Definir o que é real ou falso não é algo fácil para nós, leigos no assunto, uma vez que o resultado pode ser muito realista. Lembra do vídeo do Tom Cruise? Ainda mais se a gente nem conhece essa tecnologia. A empresa de segurança digital Kaspersky fez uma pesquisa no Brasil e o resultado é que dois terços dos entrevistados não conheciam a tecnologia.

A questão é que maioria das pessoas se encontram inclinadas a julgar real e verossímil em um vídeo ou áudio criado digitalmente. Ainda mais por não conhecerem a possibilidade desse tipo de edição. Dessa forma o sucesso fácil de campanhas desonestas ou golpes online que utilizam essas técnicas de edição de má fé as quais caracterizam deepfake.

Essa tecnologia também será utilizada para o bem. Há a expectativa de uso dela no metaverso. Teríamos a possibilidade de ter avatares idênticos a nós e essas mídias sintéticas serão o combustível do metaverso, de acordo com informações de Henry Adjer, em entrevista cedida à CNN.

Deepfake nas eleições
Deepfake nas eleições

Mas os vídeos deepfake são legais perante a lei? Existe a lei n° 9504 que proíbe, por exemplo, o uso de montagens em qualquer tipo de campanha política com o intuito de beneficiar ou difamar um candidato. Porém, a tecnologia tal qual conhecemos hoje não existia quando essa lei foi criada. Ainda assim, mesmo que houvessem interpretações diferentes, não é possível cavar brechas nessa lei.

Como saber se é deepfake? Quando se deparar com algum vídeo suspeito, respire e preste atenção nesses quesitos chaves: Observe o contorno do rosto, você percebe algo estranho? Diferenças de tonalidade de cor na pele? Saiba que o maior desafio da produção de deepfakes é justamente a regularização do desenho do rosto do chamado “host” (a pessoa que terá o substituído) e o da pessoa alvo.

Preste atenção nos acessórios como brincos, é comum os deepfakes substituírem as joias em apenas uma das orelhas. Atenção com os olhos! A quantidade de piscadas dos deepfakes pode ser descompassada e incomum. Óculos no deepfake: Para proteger alguém de ser transformada em deepfake, é necessário colocar óculos nela, sugere Cristóbal Ross, da Deepmaster. Segundo ele, os reflexos da lente são quase impossíveis de replicar, remover ou editar de qualquer forma em deepfakes e podem ser o ponto fraco da fraude.

E o futuro como será? Os especialistas dizem que continuará existindo discussões éticas sobre o correto uso da tecnologia. Porém, que o seu sucesso está garantido na indústria audiovisual e no metaverso como falamos antes. Para mitigar riscos envolvendo a deepfake, os profissionais sugerem uso de marca d’água para uma rápida identificação de que a imagem apresentada é uma criação.

Claro, que isso não impede a falsificação de imagens, uma vez que a própria falsificação já é algo intrínseco na sociedade, está em todos os setores, alertam. É necessário nos prepararmos para um mundo no qual a mídia sintética fará se fará presente constantemente em nossas vidas e cotidianos. E, de certa forma, talvez já faça se considerarmos os filtros nas mídias sociais, a fotografia, os vários formatos de publicidade, o que aparece na TV e em shows de entretenimento — e isso deve aumentar cada vez mais.

Uma coisa é certa, a tecnologia continuamente avança, e nós devemos nos adaptar a ela, devemos tirar o máximo proveito do que ela fornece para o nosso bem. Aquilo que é maléfico, será discutido e ajustado, sempre foi assim, o bem maior prevalecerá. Mas, não custa ficar atento, não é mesmo?

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